Lucy Dias Ramos (foto), Graduada em Ciências Sociais e Administração Hospitalar, natural de Rio Novo-MG e radicada em Juiz de Fora-MG há várias décadas e autora de vários livros, Lucy viveu experiência peculiar com a morte da filha Sandra.
Conheça um pouco mais da conhecida e lúcida autora, em transcrição parcial da entrevista que fizemos com Lucy.
1 – Seu mais recente livro aborda uma vivência pessoal. Qual foi essa vivência e qual o título da obra e editora?
Meu mais novo livro “Maior que a Vida” (editora FEB), é uma narrativa de minha vivência ao lado de minha filha mais velha, que era médica e lutou durante cinco anos contra o câncer. Vivemos nós duas uma experiência dolorosa, mas com resignação e serenidade íntima.
Líamos juntas, orávamos e enfrentávamos este transe doloroso com coragem e confiança em Deus. Todos os dias eu retornava ao meu lar e escrevia o que havíamos vivido durante aquele dia, como um diário, anotações que se transformaram no livro.
(…) 3 – Qual a razão principal de ter transformado uma experiência pessoal em livro?
Durante as anotações antes do falecimento de Sandra, não pensava num futuro livro, escrevia como uma catarse que fazia bem para mim mesma. Uma amiga psicóloga com a qual fiz terapia naquela fase, sabendo que escrevo me aconselhou a transformar minhas anotações em um livro que viria a beneficiar muitas pessoas. Concluí o livro logo após um ano de sua morte. Foi difícil. Alguns capítulos escrevi chorando e o que narra seus últimos dias eu não consegui reler, ainda.
Ressalto que o objetivo principal é reafirmar que com a fé e o amor no mundo íntimo encontramos força para prosseguir vivendo e trabalhando no bem, superando o sofrimento.
(…)
5 – Quais outros são os livros de sua autoria ? Relacione título e editora, por favor.
Recados de Amor (2008), Luzes do Entardecer (2009), todos editados pelaFEB. e Gotas de Otimismo e Paz (2011).
6 – De que forma a Sra. sentiu em si mesma a importância do conhecimento espírita diante do fato doloroso?
Foi de grande importância, principalmente por sentir o conforto e o apoio espiritual durante os momentos mais difíceis. A presença constante dos amigos espirituais e benfeitores que nos amparavam amenizaram o
sofrimento e o conhecimento espírita nos deu a certeza do reencontro além de nos demonstrar a transitoriedade da vida física. Fomos nos preparando e nos alimentando com este conhecimento e nas horas de desdobramento espiritual pelo sono físico, aconteciam encontros com familiares e amigos desencarnados, sentíamos o quanto estávamos sendo ajudados a superar este transe difícil.
7 – Com a experiência vivida, o que a Sra. teria a dizer as pessoas que vivem situações semelhantes?
Que não se desesperem. Confiem em Deus porque tudo passará um dia, ador será menos intensa e precisamos prosseguir vivendo com serenidade íntima. Quanto mais calmos e confiantes, mesmo sofrendo, nossos entes que já partiram receberão os reflexos de nossos pensamentos, de nossas atitudes e não merecem receber emanações de nossa intemperança e de nossa dor com desequilíbrio. Precisam se refazer e seguir sua destinação espiritual,como nós também um dia iremos. Eles também sentem nossa falta, sentem saudades, mas não podemos impedir sua caminhada nesta outra dimensão de vida e tentar retê-los a nosso lado. Se você os ama, ore e confie em Jesus. O intercâmbio espiritual dará a você o alívio e a serenidade necessários. Mas é preciso que você esteja bem harmonizado intimamente para poder estar em contato com seu ente querido sem perturbá-lo com suas lágrimas e inquietações… Ao se preparar para dormir, ore a Jesus, peça por você e porele… Certamente você o encontrará durante o sono físico.
8 – Essa temática de separação temporária de entes queridos é sempre oportuna para abordagem? E qual a melhor forma de abordagem para o público e nos diálogos individuais?
Considero oportuna porque todos já passamos ou estaremos em situaçõesidênticas. É importante ressaltar o valor da crença na imortalidade da almae a possiblidade do reencontro que poderá ser de várias maneiras até quepossamos ir, também, para o mundo espiritual.
Devemos destacar, também, a transitoriedade da vida física, procurar despertar em cada pessoa que nos ouça ou nos procure para um diálogo esclarecedor, a necessidade do despojamento, de nos ir libertando da vida material em todos os sentidos (pessoas, coisas,bens materiais, títulos etc.). Incentivar o trabalho no bem.
Quando minha filha desencarnou, procurei intensificar ainda mais meu trabalho na Casa Espírita, indo todos os dias, fazer outras tarefas como atendimento fraterno, palestras no Grupo dos Entes Queridos, escrevia mais intensamente etc.
Isto ajudou bastante até que voltasse a realizar apenas as tarefas que já fazia e que considero uma benção poder estar ainda realizando.
9 – Cite o que mais lhe chamou atenção na psicografia da mensagem de sua filha por Suely Caldas Schubert?
A semelhança dos conceitos, do que falávamos e tudo o que passei para ela desde sua infância em nosso Culto do Evangelho no Lar. Há um trecho que desejo repetir: “Não há morte, só Vida! É uma adaptação lenta, aqui não se corre como acontece aí, não temos necessidade de contar os minutos, porque o expediente do dia terminou e devemos voltar à casa, ao lar – aqui é o Lar. Estamos nele o tempo todo. Gradualmente nossa consciência se expande e nova percepção da vida nos impregna. (…) Uma coisa é certa: predomina o amor!” Em muitas cartas que ela me escrevia, quando morava em outra cidade, ou mesmo no Natal ou Dia das Mães, o estilo é o mesmo e sempre falava do amor que nutríamos mutuamente, que iria transcender a vida física…
10 – A mensagem de Sandra está publicada no livro ? E como foi a reação de amigos e familiares com o conteúdo da mensagem? A mensagem a que você se refere está no livro, mas existe outra que recebi uns 6 meses após a desencarnação, também psicografada pela Suely C.Schubert, que é menos extensa e fala de maneira bem equilibrada sobre a chegada no mundo espiritual. Está também inserida no livro. A reação dos amigos e familiares foi positiva, coerente com o grau de conhecimento d apossibilidade deste intercâmbio espiritual. Mas não ouvi nada que pudesse mostrar descrença ou dúvida com relação ao que foi escrito. Muito confortadora para todos nós que a conhecemos e pudemos conviver com ela.
Notas do entrevistador:
a) A entrevista completa pode ser encontrada no portal www.oconsolador.com, ediçãonr. 206, ano 5, de 24 de abril de 2011.
b) O livro Maior que a Vida citado pela entrevistada pode ser adquirido pelo fone 0800 707 1206.
Orson Peter Carrara.
Nasceu em Mineiros do Tietê – SP no dia 10 de março de 1960. Filho de pais espíritas (Roberto Pasqual Carrara e Genoefa Altemari Carrara), desde cedo vinculou-se ao Centro Espírita “Francisco Xavier dos Santos”, onde participou das antigas Aulas de Espiritismo às Crianças, da Mocidade Espírita e chegou à Presidência da Instituição por várias gestões. Na época de infância e mocidade, recebeu grande influência, em sua formação doutrinária do tio Pedro Carrara, autêntico e valoroso espírita da cidade, além dos exemplos dos pais no trabalho espírita. Atualmente reside em Matão – SP com a família. É casado com Aparecida Neuza Marana Carrara. Os filhos Cíntia, Cássio e Alexandre (os dois últimos, gêmeos) completam-lhe a família. Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Rio Grande do Sull, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraiba, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita.Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas e jornais do país, além de boletins regionais, colunista da Rádio Alô. Tendo presidido por várias gestões a Use Regional Jaú, adquiriu grande experiência e enorme relacionamento com as Casas Espíritas da região, o que lhe valeu ampliar os contatos com dirigentes e instituições espíritas. Desse enorme relacionamento nasceu a idéia (hoje realidade concretizada) de organizar jornada de palestrantes, de diversos lugares do Brasil, que visitam variadas instituições, em programações específicas de divulgação espírita.Também mantém colunas em diversos jornais e sites não espíritas, com abordagens de estímulo ao crescimento do ser humano, onde normalmente faz indicações de filmes e livros, entre outras abordagens.
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