30 de Junho – Orson Peter Carrara

Sim, ele também é gente. Percebe-se, a certo ponto da vida, com sensações estranhas que não consegue entender, nem explicar. Normalmente sofre preconceitos e, quando é reconhecido como tal, torna-se alvo de bajulações e chega a ser endeusado pela ignorância dos que não o compreendem – com sérios riscos de vaidade que podem colocá-lo a perder-se em seus compromissos.

Mas é gente como qualquer outra pessoa. Tem sangue nas veias, sente dor, precisa descansar, alimenta-se como qualquer ser humano. Também fica bravo e sente-se magoado, mas quando consciente de seus compromissos, é convidado a comportamento de humildade e de trabalho em favor do próximo.

Sim, pois que seu compromisso é para o com o bem geral, no atenuar das aflições humanas, como veículo ou instrumento de socorro às agonias e tormentos que rondam o ambiente da família e da sociedade em geral.

Nem por isso, todavia, é um privilegiado. É um ser comum, mas trouxe consigo uma bagagem diferenciada, tendo em vista atender ao próprio compromisso antes firmado. Se o cumprir com idoneidade, sentirá as alegrias da consciência que cumpriu seu dever. Se explorar ou mal conduzir a capacidade que pode se apresentar em diferentes graus, sentirá o peso das consequências danosas que só podem provir da irresponsabilidade ou da omissão.

Mas como a falta de conhecimento ainda o qualifica como se privilegiado fosse, sofre assédios e exigências descabidas, expondo-se à incompreensão inclusive no seio da própria família. Como independe de idade, sexo, religião, estágio social ou intelectual, seu uso e aplicação, todavia, sofre séria influência do aspecto moral, podendo tornar-se fonte de muitas bênçãos ou alegrias ou causa de sérios e graves desastres morais, com consequências danosas de longo alcance.

O mais marcante ainda, e para surpresa de muitos, é que ele não é privilégio nem invenção, nem tampouco de domínio de qualquer religião. Trata-se de uma capacidade humana, extremamente variável na forma de apresentação e percepção daquele que a detém de maneira mais ou menos ostensiva, independente do nome que lhes queiramos dar.

Na infância todos fomos por eles beneficiados, nos chamados benzimentos, e ao longo da vida, sempre tivemos uma ou outra notícia que vieram por meio desses personagens normais da vida humana, normalmente incompreendidos. No passado foram considerados feiticeiros, bruxos; atualmente são temas de filmes e novelas, tendo já disponível farto material literário que possibilite estudá-los amplamente para bem compreendê-los.

Sim, referimo-nos aos chamados sensitivos, ou médiuns. Homens e mulheres comuns da sociedade humana que trouxeram consigo um compromisso de trabalho em favor da evolução, como instrumentos de socorro, instrução, orientação, cura física e moral, lúcidos portavozes da vida imortal ou veículos equivocados que, por não se disciplinarem ou desconhecerem a própria faculdade, podem tornar-se meios de perturbação a despreparados que igualmente desconhecem a questão.

Por isso, nesta data de 30 de junho, comemorativa dos dez anos de retorno à Pátria verdadeira, do médium Chico Xavier – modelo de mediunidade a serviço do Cristo – nossa homenagem carinhosa de gratidão, àquele que incorporou no próprio comportamento os exemplos de autêntica humildade, amor ao próximo e plena consciência de seus deveres.


Orson Peter Carrara.

Nasceu em Mineiros do Tietê – SP no dia 10 de março de 1960. Filho de pais espíritas (Roberto Pasqual Carrara e Genoefa Altemari Carrara), desde cedo vinculou-se ao Centro Espírita “Francisco Xavier dos Santos”, onde participou das antigas Aulas de Espiritismo às Crianças, da Mocidade Espírita e chegou à Presidência da Instituição por várias gestões. Na época de infância e mocidade, recebeu grande influência, em sua formação doutrinária do tio Pedro Carrara, autêntico e valoroso espírita da cidade, além dos exemplos dos pais no trabalho espírita. Atualmente reside em Matão – SP com a família. É casado com Aparecida Neuza Marana Carrara. Os filhos Cíntia, Cássio e Alexandre (os dois últimos, gêmeos) completam-lhe a família. Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Rio Grande do Sull, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraiba,  por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita.Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas e jornais do país, além de boletins regionais, colunista da Rádio Alô. Tendo presidido por várias gestões a Use Regional Jaú, adquiriu grande experiência e enorme relacionamento com as Casas Espíritas da região, o que lhe valeu ampliar os contatos com dirigentes e instituições espíritas. Desse enorme relacionamento nasceu a idéia (hoje realidade concretizada) de organizar jornada de palestrantes, de diversos lugares do Brasil, que visitam variadas instituições, em programações específicas de divulgação espírita.Também mantém colunas em diversos jornais e sites não espíritas, com abordagens de estímulo ao crescimento do ser humano, onde normalmente faz indicações de filmes e livros, entre outras abordagens.