No livro “Comer, Rezar, Amar”, de Elizabeth Gilbert, a autora descreve um momento difícil de sua vida. Estava atravessando o Estado de Kansas, nos Estados Unidos, com sua amiga Iva. Comentou com ela a angústia que sofria, por causa do seu divórcio que teimava em não acontecer.
“ – Queria poder escrever um abaixo-assinado para Deus pedindo para isto terminar”. Comentou Elizabeth. “ – E por que não escreve?” Disse Iva. Elizabeth explicou que não se sentia à vontade pedindo coisas específicas para Deus. Se estava enfrentando desafios era porque provavelmente Deus quisesse que isso acontecesse em sua vida. “ – E onde você arrumou essa ideia idiota de que não pode fazer um pedido ao universo com uma prece? – Você faz parte do universo, Liz. Tem todo o direito de participar de suas ações e de deixar claros os seus sentimentos!”
Liz animou-se com a observação e redigiu mentalmente um pedido a Deus. Uma espécie de abaixo-assinado em que expunha sinceramente a situação difícil que estava atravessando. E, ao final, pedia humildemente sua ajuda, caso fosse possível. “ – Eu assinaria esse abaixo-assinado. – E tenho certeza de que muitas outras pessoas também o assinariam.” – Disse Iva. Começaram a fazer um estranho jogo de suposição, encontrando pessoas que apoiariam Elizabeth naquela prece. E os nomes foram surgindo espontaneamente. De vivos e mortos. Familiares, amigos, grandes criaturas da humanidade que Liz admirava… Ao final da estranha brincadeira, tinham milhares de signatários.
Depois daquele estranho ritual, Liz dormiu, enquanto Iva cautelosamente dirigia pelas estradas do Kansas. Acordou com uma agradável sensação de paz e apoio. Toca o celular. Iva olha significativamente: “ – Atenda!” – Como se ela já soubesse a origem do telefonema. Liz atende ainda meio dormindo e ouve, emocionada, a voz da sua advogada da longínqua Nova Iorque: “– Ótimas notícias! Ele acabou de assinar.”
Por que orações são atendidas? No artigo “Espiritualidade e Genética”, Guaraciara Maia informa que “algumas pesquisas estão comprovando a importância dos nossos sentimentos, das nossas emoções e o quanto elas são responsáveis pelo nosso estado de saúde ou doença. Muitos pesquisadores estão trabalhando na área da neurociência, procurando entender o que acontece no cérebro das pessoas que oram, que meditam, que tem fé”. Vários cientistas estão chegando à conclusão de que todos nós temos o poder de ativar genes benéficos ou maléficos. O Dr. Kazuo Murakami, um dos cientistas que decodificou o genoma humano, em seu livro O Código Divino da Vida, tenta provar a hipótese de que “felicidade, alegria, inspiração, gratidão e oração ativam genes benéficos”. “Precisamos ter uma visão mais ampla da vida e nos empenhar para encontrar o lado positivo de tudo que vivemos”, completa Murakami.
Em o livro “Libertação”, André Luiz afirma: “Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço…”
O ser humano detém, não somente a possibilidade da auto cura, mas também da auto doença. Se assume constantemente a condição de vítima ou empolga-se com suas dores e doenças, com certeza, estará retro alimentando as suas desgraças. Mas se esforça-se para valorizar as coisas positivas da sua vida, se encara as situações desagradáveis como aprendizado, valoriza os momentos felizes, cultiva a alegria, a gratidão e a oração, sem dúvida, estará ativando seus genes benéficos. E se, mesmo sabendo que alguns sofrimentos são merecidos, ainda assim reage, valoroso, contra o mal de si mesmo e à sua volta, “encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa (Libertação, André Luiz).
A proposta do cientista Dr. Kazuo Murakami deve ser levada muito a sério: “felicidade, alegria, inspiração, gratidão e oração ativam genes benéficos”. Médicos terrestres ou do espaço auxiliam, mas a CURA é sempre AUTO CURA. Isto é, depende do nosso comportamento. Não somos vítimas indefesas do destino e da má sorte. Bons pensamentos e bons sentimentos curam, previnem, acalmam, clareiam e equilibram a mente. Más vibrações atraem doenças e dores. A ciência está a um passo de comprovar que o nosso bem-estar depende de nós mesmos. Preservemos a nossa ligação com o bem e com o divino. São a fonte da nossa saúde física e espiritual.
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Sidney Francez Fernandes
É espírita desde a infância, voluntário e orador do Centro Espírita Amor e Caridade de Bauru-SP, faz palestras por todo o Brasil, funcionário aposentado do Banco do Brasil, colunista da Rádio Alô, e divulgador da mensagem cristã por todos os meios e mídias possíveis.
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