Agressores e vítimas.

Agressores e vítimas – Orson Peter Carrara.

Diante de crimes hediondos, suicídios, tragédias provocadas (como atentados e sequestros dramáticos), a perplexidade domina os círculos da sociedade humana.

É importante, de início, já informar: ninguém nasceu predestinado a matar ou a matar-se. Matar ou matar-se são resultantes da liberdade de agir. Estamos todos destinados ao progresso e o desajuste das emoções, do equilíbrio, é o grande responsável por tais tragédias. Estamos absolutamente convidados à harmonia na convivência, à solidariedade nas iniciativas.

Referida liberdade de decisão, no entanto, nos sujeita a reparações que virão a seu tempo. Isso por uma razão muito simples: somos responsáveis pelo que fazemos. A vida e suas leis determinam essa responsabilidade intransferível, deixando bem claro que toda lesão que causamos a nós mesmos ou a terceiros teremos que reparar. Não é castigo, mas apenas conseqüência.

E as vítimas? Como ficam essas pessoas? Por que sofrem atentados e se tornam vítimas de crimes passionais, etc? Podemos acrescentar outras questões: Por que Deus permite? Por que uns se livram inesperadamente de determinados perigos, enquanto outros deles são vítimas? Por que ocorrem com uns e com outros não? Qual o critério para todas essas situações?

Apesar da dor e sofrimentos decorrentes, e da não justificativa – sob qualquer pretexto – de gestos que violentem a vida, as chamadas vítimas enquadram-se em quadros de aprendizados necessários ou de reparações conscienciais perante si mesmos, envolvendo, é claro, os próprios familiares.

Por outro lado, os autores – apesar de equivocados e cruéis – são dignos de piedade, uma vez que enfermos. Quem agride está doente, desequilibrado na emoção e necessitado de auxílio, compreensão, tolerância e, mais ainda, de perdão.

Cristãos que nos consideramos, sem importar a denominação religiosa que adotamos, a postura solicitada em momentos difíceis como o agora enfrentando pela mentalidade brasileira, é de compaixão com agressores e vítimas. Todos são dignos da misericórdia que norteia o amor ao próximo. A situação de quem agride é muito pior do que quem é agredido. O agredido já se liberta de pendências que aguardavam o momento difícil; o agressor, por sua vez, abre períodos longos, no futuro, de arrependimentos e reparações que lhe custarão dores e sofrimentos. Nada justifica a crueldade. Sua ocorrência coloca à mostra nossas carências e enfermidades morais expostas, demonstrando a necessidade do quanto ainda precisamos fazer uns pelos outros.Não podemos julgar. Não temos competência para isso. O histórico divulgado pela mídia já demonstra por si só as carências expostas, entre tantos outros fatos lamentáveis. Mas há a bagagem que não vemos…O momento é de vibrações e preces para ambas as famílias. Todos são filhos de Deus…

 

 

Orson Peter Carrara.

Nasceu em Mineiros do Tietê – SP no dia 10 de março de 1960. Filho de pais espíritas (Roberto Pasqual Carrara e Genoefa Altemari Carrara), desde cedo vinculou-se ao Centro Espírita “Francisco Xavier dos Santos”, onde participou das antigas Aulas de Espiritismo às Crianças, da Mocidade Espírita e chegou à Presidência da Instituição por várias gestões. Na época de infância e mocidade, recebeu grande influência, em sua formação doutrinária do tio Pedro Carrara, autêntico e valoroso espírita da cidade, além dos exemplos dos pais no trabalho espírita. Atualmente reside em Matão – SP com a família. É casado com Aparecida Neuza Marana Carrara. Os filhos Cíntia, Cássio e Alexandre (os dois últimos, gêmeos) completam-lhe a família. Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Rio Grande do Sull, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraiba,  por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita.Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas e jornais do país, além de boletins regionais, colunista da Rádio Alô. Tendo presidido por várias gestões a Use Regional Jaú, adquiriu grande experiência e enorme relacionamento com as Casas Espíritas da região, o que lhe valeu ampliar os contatos com dirigentes e instituições espíritas. Desse enorme relacionamento nasceu a idéia (hoje realidade concretizada) de organizar jornada de palestrantes, de diversos lugares do Brasil, que visitam variadas instituições, em programações específicas de divulgação espírita.Também mantém colunas em diversos jornais e sites não espíritas, com abordagens de estímulo ao crescimento do ser humano, onde normalmente faz indicações de filmes e livros, entre outras abordagens.