Jesus tinha motivos muito sérios para iniciar o Sermão da Montanha com a humildade. O instinto de preservação que defendeu o homem na animalidade está ainda impregnado em seu espírito. Daí decorre que, pessoas que se esforçam para manter a humildade ou tem natureza tímida, podem vir a ser massacradas, ora por colegas e amigos, depois pelos concorrentes profissionais, mais além por familiares e depois por toda a sociedade.
Em algumas pessoas, pode surgir uma espécie de carapaça protetora. E então, o outrora perseguido ou vítima, vira opressor. Os prepotentes e belicosos serão convidados à reflexão pela dor. “É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior.” Gandhi
Há, entretanto, os que não conseguem cultivar a humildade por autodefesa ou por desconhecerem os estragos que provocam. “ – Sou simples, humilde.” Afirmam alguns com convicção. Não conseguem parar e refletir na própria conduta. E continuam sofrendo, por fazer sofrer.
Como cultivar a humildade numa sociedade agressiva e egoísta?
Conviver pacificamente, sem se expor à maldade alheia, requer exame constante de nossos procedimentos, identificando seus aspectos negativos:
– Sob o pretexto de defender nossas ideias, não podemos ser os “donos da verdade”, deixando de admitir os próprios erros;
– Vangloriar-se, presumir-se superior e diminuir o interlocutor são atitudes que envenenam um relacionamento;
-Podemos perfeitamente demonstrar nossa capacidade e revelar nossos talentos. Não significa que devamos manipular, fugir da responsabilidade, menosprezar o concorrente ou monopolizar as oportunidades;
-O mercado atual valoriza o pragmático e o versátil. No entanto, o bom profissional deve vacinar-se contra o melindre, a exagerada preocupação com si mesmo, o vocabulário pedante e a resistência para rever seus procedimentos. A reciclagem constante é exigência do progresso.
É possível progredir e fazer sucesso sem ostentação ou deslealdade. A palavra chave é ASSERTIVIDADE: agir e verbalizar, ainda que com firmeza, SEM AGRESSIVIDADE.
Geralmente, não é O QUE fazemos que ofende. É O MODO como fazemos!
À injusta acusação dos escribas – “-Ele blasfema!” – Jesus teve alguma resposta agressiva? Ao contrário. Respondeu docemente: “-Por que pensais mal em vossos corações?”.
Diante da incredulidade dos discípulos Jesus indagou:
“- Por que temeis homens de pouca fé?” Algum sinal de prepotência? Suas reações sempre foram maduras, educadas e assertivas.
Simples! Como deve ser o nosso espírito. Precisamos aprender a cultivar esses exemplos.
Sidney Francez Fernandes
É espírita desde a infância, voluntário e orador do Centro Espírita Amor e Caridade de Bauru-SP, faz palestras por todo o Brasil, funcionário aposentado do Banco do Brasil, colunista da Rádio Alô, e divulgador da mensagem cristã por todos os meios e mídias possíveis.
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