Há muito tempo, desde a época de menino quando ia visitar a chácara de minha avó paterna, eu não ouvia o “cantar de galo”. Um dia desses, fui surpreendido por um galo cantando logo ao amanhecer. Qual dos vizinhos foi arrumar um galo? fiquei a pensar.
O interessante, porém, é que o canto do galo incomodou o cachorro que desfruta de nossa convivência doméstica. A cada “cantada” do galo, lá vinha o cachorro com suas “latidas” incomodadas. É que, para ele, vivendo na vida urbana, o barulho soou estranho. E isto incomodou todo mundo, acho mesmo que acordou os vizinhos.
Aí fiquei a pensar como os barulhos externos nos incomodam. Tudo que é novo traz desassossego, incomoda, pois temos, também os humanos, resistências a novidades. Se incomoda o cachorro, a intensidade é ainda maior entre seres humanos.
Assim é que as grandes ideias, especialmente as novas, incomodam tanta gente. Igualmente as mudanças, que muitas vezes se fazem necessárias, incomodam e muito. Aí surgem as divergências, as resistências naturais que em muitas ocasiões se tornam inclusive violentas. Aliás, vale dizer que qualquer nova ideia sempre encontrará opositores e questionadores de plantão. Questionadores que se posicionam contra só para se oporem mesmo, sem conhecerem as novas propostas, sem analisarem razões, benefícios ou propostas apresentadas.
É necessário que, antes de criticar posturas ou ideias, habituemo-nos a pelo menos conhecer a ideia, conhecermos o assunto, para depois apresentar, aí sim, argumentos contrários bem fundamentados, ao invés de simplesmente apresentarmos oposição sistemática e adotarmos postura de indiferença ou mesmo crítica descabida.
Isso ocorre numa família, numa empresa, numa cidade, e mesmo numa nação; ocorre nas diversas áreas profissionais, políticas, artísticas e mesmo religiosas. Que pena! Perde-se valioso tempo que poderia ser aproveitado para aproveitar ou descartar ideias, se essas fossem analisadas com o critério da imparcialidade e da ética, que respeita o direito de livre expressão. Note-se que as grandes ideias apresentadas à humanidade foram rejeitadas, perseguidas (e, em consequência, com perseguição a seus autores e pessoas que a elas aderiram), combatidas, inclusive a maior delas, que ainda não foi compreendida completamente…
No fundo, porém, esse período de rejeição é até útil, pois que permite o amadurecer das próprias ideias, a maturação junto às mentes que a elas aderem ou às que a elas se opõem. Não há outro jeito: é o preço do amadurecimento. É um processo ainda necessário no mundo que vivemos. Felizmente, em todos os tempos, estamos acompanhados de idealistas corajosos e determinados.
Orson Peter Carrara.
Nasceu em Mineiros do Tietê – SP no dia 10 de março de 1960. Filho de pais espíritas (Roberto Pasqual Carrara e Genoefa Altemari Carrara), desde cedo vinculou-se ao Centro Espírita “Francisco Xavier dos Santos”, onde participou das antigas Aulas de Espiritismo às Crianças, da Mocidade Espírita e chegou à Presidência da Instituição por várias gestões. Na época de infância e mocidade, recebeu grande influência, em sua formação doutrinária do tio Pedro Carrara, autêntico e valoroso espírita da cidade, além dos exemplos dos pais no trabalho espírita. Atualmente reside em Matão – SP com a família. É casado com Aparecida Neuza Marana Carrara. Os filhos Cíntia, Cássio e Alexandre (os dois últimos, gêmeos) completam-lhe a família. Expositor espírita, tem percorrido muitas cidades do Estado de São Paulo e já esteve nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Rio Grande do Sull, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraiba, por várias vezes, para tarefas de divulgação espírita.Articulista da imprensa espírita, tem colaborado com diversos órgãos da imprensa espírita, entre revistas e jornais do país, além de boletins regionais, colunista da Rádio Alô. Tendo presidido por várias gestões a Use Regional Jaú, adquiriu grande experiência e enorme relacionamento com as Casas Espíritas da região, o que lhe valeu ampliar os contatos com dirigentes e instituições espíritas. Desse enorme relacionamento nasceu a idéia (hoje realidade concretizada) de organizar jornada de palestrantes, de diversos lugares do Brasil, que visitam variadas instituições, em programações específicas de divulgação espírita.Também mantém colunas em diversos jornais e sites não espíritas, com abordagens de estímulo ao crescimento do ser humano, onde normalmente faz indicações de filmes e livros, entre outras abordagens.
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